quinta-feira, 28 de maio de 2015

Diário de bordo da Rádio Escola no Ar - parte V

Estamos de volta, mais uma atualização do nosso diário de bordo! Hoje, finalmente, iniciaremos uma nova fase com as crianças e xs adolescentes.  As cenas dos próximos capítulos incluem nossa primeira experiência no ar e, mais adiante, poderemos avaliar as diferenças de performance das duas turmas, sobretudo em função do estudo e elaboração dos roteiros. Pero, vamos por partes.

As crianças
Um dos objetivos do curso extensão Escola no Ar é conciliar os temas dos programas de rádio com os conteúdos do currículo. Por isso, conversamos com a professora Gracinda e descobrimos que ela trabalhará poesia nas próximas semanas. Lógico, demos um sorriso de orelha a orelha! Selecionamos poemas que pudessem chamar a atenção dxs alunxs pela forma e  sonoridade. O fato de a poesia ser irmã da música nos faz incluir a palavra cantada (ou canção, como preferir) na roda de leitura. Nessa aula, o objetivo foi ler textos diversos e apresentar alguns poetas. Após a leitura em voz alta, feita por nós, cada um escolheu um poema para treinar oralmente a fim de ser apresentado   no futuro programa dos adolescentes. Achamos que assim integraremos as turmas, trabalhando em duas frentes: capacitar xs adolescentes tecnicamente e na elaboração de roteiros, realização de pesquisa na internet e escolha de playlist; já as crianças aturarão como poetas.

Eis a lista dos poemas/palavras cantadas lidos:

Cecília Meireles - O rei do mar
Cecília Meireles - Ou isto ou aquilo
Carlos Drummond de Andrade - Infância
Mário Quintana - Dorme, ruazinha
Manuel Bandeira - A estrela
Manuel Bandeira - D. Janaína
Manuel Bandeira - Trem de Ferro
Manuel Bandeira - A onda
Raul Bopp - No meio do Brasil havia um rio
Vinícius de Moraes - A casa
Chico Buarque - Ode aos ratos
Toquinho - aquarela
Cartola - O mundo é um moinho
Gilberto Gil - Procissão
Gilberto Gil - Estrela
Jorge Ben - Zumbi
Adriana Partimpim - Ciranda da bailarina
Roald Dahl - História em verso para Meninos Perversos
Arnaldo Antunes - Cultura
Sérgio Sampaio - Polícia, Bandido, Cachorro, Dentista
Luiz Tait - Haicai
Hélio Hélio Ziskind e Ná Ozzetti- Lá Vem História: Plutão

Lemos todos os poemas para a galerinha e, à medida que eram feitas as leituras, escolhiam qual poema performar. Houve alvoroço, troca de textos, me dá esse, eu quero aquele.  Mas, ao final, deu tudo certo.

O exercício de leitura foi cansativo para a monitora de rádio, mas era necessário mostrar a eles uma referência de leitura oral, sobretudo daqueles textos mais sonoros. Trem de Ferro, de Manuel Bandeira, é sempre um barato de ler porque o barulho do trem está todo nos versos. Nesse caso, leitura e escuta fundem-se num mesmo instante: o ato de ler.


Um fato nos chamou a atenção: sabem aqueles alunos que nunca querem participar? E não é que do fundão surgiram algumas vozes querendo  o do bandido, professora!





Ao longo da leituras, as crianças reconheceram algumas palavras cantadas, como: Ciranda da bailarina, de Chico Buarque, e Aquarela, de Toquinho. É interessante perceber o quanto essa última segue gerações e vai se cristalizando nisso que chamamos de formação literária pela canção. Cada um de nós, ou quase todos, carregamos um verso decorado e, geralmente, é um verso musical. Ousamos dizer que a Literatura brasileira também é cantada e, por isso,  ler e  escutar  a canção brasileira podem ser uma experiência de educação literária para crianças, no contexto de uma rádio escola. É isso que estamos testando neste projeto.

As oficinas costumam ser ministradas na sala de informática, mas desta vez aconteceu na sala normal. Queríamos simular um programa de rádio para decantarem os poemas, mas não foi possível por problemas de problemas técnicos. Na semana que vem veremos se eles trarão os textos. 


Finalizando por aqui, no próximo post daremos continuidade ao diário falando sobre a experiência com xs adolescentes. Inté!

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